Qual executiva nacional de partido vai obrigar seus filiados estaduais a fazer uma aliança com outra legenda aos pedaços, em frangalhos? Que dirigente partidário vai deixar pra trás a perspectiva de eleger um “companheiro” na majoritária, ter um número razoável de parlamentares eleitos, para jogar seus aliados num navio naufragando, com comando dividido e com tripulantes em conflito permanente? Os petistas paraibanos apostam que a direção, em Brasília, não vai enfraquecer a legenda no estado para cumprir um acordo, que só fortalece o PMDB. A pressão é grande porque o senador e candidato Vital do Rêgo Filho(PMDB) tem todo know-how para isso.
Os petistas paraibanos juram que já mostraram aos companheiros nacionais que os peemedebistas querem limpar sua incompetência de levar em frente uma candidatura forte, jogando sujeira para quem está por perto. O PMDB está, escancaradamente, mal. Até os mais apaixonados partidários, reconhecem isso. Não entro no mérito d
e quem traiu quem. O fato que é que como não havia confiança e transparência na aliança, o PT foi mais esperto, feito mulher danada com medo de marido garanhão. Dizem que era isso que o PMDB também queria: ser esperto. Ontem, quando percebeu que a suposta intervenção nacional do PT estaria descendo ladeira abaixo – que, na prática, não existia- os peemedebistas exibiram mais uma vez as fragilidades. Em mais uma “reunião bacurau” iriam recuar e ir pelo caminho mais fácil se aliando ao PSB, mas mantiveram a candidatura própria. Decisão arriscada e digna.
Maranhão já não é como foi outrora, apesar de toda sua influência. Vital ainda não conseguiu encontrar a receita da liderança. Tem tudo pra isso, se conseguir limpar o azedume interno. Ontem, foi a Brasília e espera trazer boas notícias com ajuda do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e outros líderes. Vai pressionar até onde der, com todas as armas. Por enquanto, tem um candidato respeitado, um vice na corda bamba e um tradicional e forte candidato a senador. Se for adiante, mesmo sozinho, o PMDB vai contribuir com o debate, com a democracia. O cenário adverso só acelerou a autofagia. Mas deu pra ver que dá para interromper esse processo. Precisa seguir em frente e ganha uma boa oportunidade de se regenerar, apesar dos previsíveis baques.
