POR RUBENS NÓBREGA

vital do rego

Diante das elevadíssimas taxas de volatilidade nas decisões e dos altíssimos índices de trairagem nas negociações, causando estresse sem precedentes nas cúpulas e bases partidárias de maior expressão eleitoral na Paraíba, não me animava aborrecer hoje o leitor com algo além de uma nota curta sobre o andamento das articulações e impasses que ainda cercam ou emperram as coligações majoritárias e proporcionais para as eleições de outubro. Como disse ontem, tenho enorme dificuldade em acompanhar, tentar entender e explicar o comportamento de nuvem dos nossos principais agentes políticos. Todavia…


Não dá para não registrar a volta por cima que o PMDB deu ontem ao decidir manter a candidatura própria, agora personificada por Vital Filho. Muito menos é impossível não realçar que o senador peemedebista não apenas unificou o partido em torno de seu nome. Dono de respeitável crédito acumulado junto ao Palácio do Planalto, ele impôs via Direção Nacional do PT um constrangedor revertério ao grupo de petistas locais que desertaram anteontem da aliança com o PMDB para apoiar a campanha do governador Ricardo Coutinho, do PSB, à reeleição.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e de CPIs que a oposição ao Governo do PT tenta fazer de palanque para sujar o cartaz da Presidente da República em ano de eleição, o senador deve ter acionado a Executiva Nacional petista para dar uma senhora enquadrada na Estadual. Não deu outra. Depois de reunir a cúpula partidária por toda a manhã dessa quinta-feira, à tarde o presidente Rui Falcão anunciou aos seus correligionários que na Paraíba não tem essa história de Ricardo não. Aqui, para o PT de Lula e Dilma, o homem é Vital.
Mas ainda não é motivo para os girassóis murcharem de decepção. O petismo ricardista, atualmente maioria na Executiva Estadual, reagiu ligeirinho ao anúncio de Falcão. Reuniu e decidiu comunicar que vai continuar com Ricardo. Em nota oficial divulgada no começo da noite, argumentou que não tem sentido nem futuro ficar com um PMDB que, além de não sustentar a candidatura original a governador, de Veneziano Vital, estaria rachado internamente e com segmentos importantes propensos a entregar o partido a Cássio Cunha Lima, candidato do PSDB ao Governo do Estado e por aqui o grande eleitor de Aécio Neves, principal adversário da Presidente Dilma.

 

Tudo pode acontecer…
De qualquer forma e sorte, é bom todo mundo ficar alerta e esperto. Daqui pra segunda-feira, 30, último dia para as convenções que homologarão chapas e candidaturas, tudo pode acontecer na cena política da Paraíba. Inclusive nada, como diz a canção. Nesse caso, o nada valeria para o prefeito Luciano Cartaxo, de João Pessoa, maior avalista da fusão do seu bloco com a troça ‘Girassol não é flor que se cheire’. Ao alcaide e seus seguidores não restaria alternativa além da obediência à decisão que o PT lá de cima impôs ao PT cá de baixo.
Porque a tal decisão vem com força de resolução irrecorrível, com lastro jurídico bastante para dobrar e penalizar quem contra ela se rebele. Significa que na Paraíba, como em outros três ou quatro estados complicados, quem quiser disputar eleição este ano, seja para senador, deputado federal ou estadual, tem que passar pelo crivo nacional. Resumindo, o petista Lucélio Cartaxo, que já foi ‘o senador de Veneziano’ e anteontem tentava emplacar como ‘o senador de Ricardo’, corre o risco de, mesmo a contragosto, fazer campanha como ‘o senador de Vital’.
Redução de bancada

Somente na terça-feira que vem, 1º de julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se aplica ou não às eleições deste ano a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reduziu o número de deputados federais e estaduais da Paraíba e de outros sete estados. Sob pretexto de não permitir vácuo jurídico nessa questão, ministros como Ricardo Lewandowski e Rosa Weber entendem que o redimensionamento das bancadas feito pelo TSE deve valer em 2014 porque o Congresso não cuidou de editar lei complementar que resolva a parada de uma vez. Já os ministros Marco Aurélio, Teori Zavascki e Luiz Fux não veem vácuo algum nessa história e defendem que sejam adotados no pleito de outubro vindouro os mesmos critérios das eleições de 2010.
Redução de efetivo

Ouvi ontem na Rádio Sanhauá o Coronel Maqui (presidente da Caixa Beneficente da PM) dizendo que o efetivo da corporação perdeu cerca de dois mil homens durante o atual governo, que somente no ano da graça de 2014 e das eleições resolveu fazer concurso para reforçar a tropa. Mas para preencher apenas 400 vagas, o que seria muito pouco diante da precisão de repor um quadro que em gestões anteriores bateu na casa dos 12 mil e hoje estaria resumida a menos de 8 mil.
Só não perdeu mais gente porque, revelou por sua vez o Coronel Francisco, presidente do Clube dos Oficias da PM, “quem sai da ativa passa a viver com proventos reduzidos em 40%”. Porque não passa à condição de inativo levando junto com o pijama os penduricalhos que o governo de Ricardo Coutinho botou no contracheque para dar a impressão e fazer propaganda de que deu bons reajustes e paga bem à PM