O PMDB nacional culpa o PT pelo rumo adotado pelo partido na disputa pelo governo do Rio de Janeiro. A cúpula nacional foi surpreendida pelo anúncio do acordo com o DEM, embora soubesse que havia negociações em andamento. Nem o vice-presidente Michel Temer, nem o presidente da sigla, senador Valdir Raupp (RO), disseram saber com antecedência que o acerto havia sido fechado, mas a avaliação na cúpula do partido é que o partido precisa fechar estratégias que levem a sigla à vitória nos estados.
– Encaramos isso com naturalidade (o acordo com o DEM). O partido, na base, tem que se virar, se salvar. Não tem como ficar fechado, sendo que o outro aliado tem candidato, que é o senador Lindbergh. Lamentamos que o PT do Rio não tenha continuado com a aliança estadual – disse Raupp.
Na mesma linha, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), considerou que o partido ficou sem alterativa, diante da postura do PT e de Lindbergh.
– O esfacelamento do palanque da Dilma no Rio é culpa única e exclusiva do PT, que acabou com uma aliança vitoriosa e que elegeu o próprio Lindbergh. O PT deixou o PMDB sem alternativa no Rio – disse Eduardo Cunha.
Nesta segunda-feira, tanto o governador Pezão como o ex-governador Sérgio Cabral dispararam telefonemas para os integrantes da direção nacional do partido, prometendo a manutenção de seu apoio à presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.
Apesar dessa promessa, integrantes do PMDB do Rio consideram que a situação se complicou demais no estado e que, no decorrer da campanha, o palanque de Pezão ficará mesmo com o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG).
O próximo rompimento deve ocorrer no Ceará. O líder do PMDB no Senado e candidato do governo, Eunício Oliveira (CE), deve formalizar aliança com DEM e PSDB. Todos confirmaram que continuarão apoiando Dilma.
O Globo