Pronunciamento da discórdia. Ou a armadilha do legado

 Não há consenso sobre a necessidade de a presidente Dilma fazer pronunciamento à Nação na véspera da abertura da Copa do Mundo. Seus articuladores estão divididos. Um grupo acha que convocar cadeia de rádio e TV é politizar os jogos no momento em que o governo atua para baixar a pressão. Outro acha que Dilma deve fazer chamamento aos brasileiros para que dê tudo certo.

O pronunciamento é o último dos ingredientes no caldo de insatisfações dentro do governo com a estratégia de defesa da Copa do Mundo adotada desde o ano passado. Ministros avaliam que o governo “caiu na armadilha” de ficar respondendo às críticas, em vez de empolgar e emocionar os brasileiros.

A presidente Dilma demorou para entrar no clima do futebol, e tratou por muito tempo do assunto pelo viés das obras de infraestrutura. As propagandas oficiais receberam críticas recorrentes dentro do governo. O comercial protagonizado pela jogadora Marta, por exemplo, foi visto como formal demais, nos moldes de um anúncio de um banco público.  (Ilimar Franco – O Globo)