Faltando menos de dez dias para o início oficial das convenções partidárias – que legitima os candidatos que disputarão as eleições este ano – o PSB do presidenciável Eduardo Campos encontra dificuldades para fechar alianças no três principais estados do Sudeste, que representam também os maiores colégios eleitorais do país. O partido tem divergências nas composições em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste último, o apoio a candidatura de Miro Teixeira (Pros) não está agradando a todos os socialistas, a exemplo do deputado federal Alfredo Sirkis, que é do grupo que representa a Rede Sustentabilidade.
Em Minas Gerais, o partido decidiu romper o acordo que tinha selado com o PSDB e está inclinado a lançar a candidatura do deputado federal Júlio Delgado. O socialista disse que há uma tendência de haver disputa na convenção do partido, marcada para o dia 21. Um grupo da legenda quer a postulação de Apolo Heringer, que é oriundo da Rede. “A maioria do partido é favorável à nossa (candidatura). Estamos caminhando neste sentido, mas é preciso pacificar porque ainda tem o Apolo que também quer”, disse Delgado. O deputado mineiro contou que a possibilidade de reatar as negociações com o PSDB está descartada. Ele ainda afirmou que o partido tem se articulado para garantir o apoio de outras legendas.
Já no Rio de Janeiro, mesmo com o candidato definido, há insatisfação. O deputado Alfredo Sirkis disse ao jornal O Globo que a escolha pelo palanque de Miro Teixeira foi equivocada. Ele ainda criticou a condução da campanha de Eduado no estado, dizendo que o socialista está sendo negligente. Ontem, o presidenciável visitou o Rio de Janeiro, mas evitou polemizar com Sirkis. “Eu não tenho absolutamente nada a falar sobre isso”, disse. Ele visitou o Projeto de AfroReggae, na comunidade de Vigário Geral.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o PSB também vive divergências. Alguns desejam apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), mas o grupo de Marina Silva não aceita a composição. Juntos, os três estados onde o partido enfrenta crises, somam aproximadamente 60 milhões de eleitores.
Jornal do Comércio