Fim melancólico: Agra deverá ficar de fora das chapas majoritárias

Por Josival Pereira
Análise - Fim melancólico: Agra deverá ficar de fora das chapas majoritárias

Festejado há um ano e meio como um quadro político emergente da Paraíba, logo após as eleições que elegeram o petista Luciano Cartaxo para a Prefeitura de João Pessoa, com potencial até para ser candidato a governador, o ex-prefeito Luciano Agra deverá ficar de fora das chapas majoritárias que disputarão o governo do Estado em outubro próximo.
Agra não será candidato a governador, como se sonhou à época. Não será candidato a vice-governador, conforme se cogitou depois. Nem será candidato a senador, sonho acalentado por alguns amigos no meio do percurso.
Perversa como é a política da Paraíba, a probabilidade é a de que o ex-prefeito Luciano Agra não seja sequer candidato a deputado. Nem federal, nem estadual.
E por que Agra parece sobejado pela política?

Um problema talvez tenha sido a escolha do partido ao qual se filiou – PEN. Pode ter ocorrido um erro estratégico. Agra não tem nenhum controle sobre o PEN, todos os parlamentares da legenda são independentes e já têm seus próprios compromissos políticos, o partido já estava comprometido com a candidatura do senador Cássio Cunha Lima e, além disso, não dispõe de tempo do no guia eleitoral para negociar.
Resultado: Agra ficou preso e sem força. No PEN, não tem saída. Se tivesse no PT ou noutro partido menos comprometido, o ex-prefeito pessoense estaria sendo paparicado para ser o candidato a vice-governador na chapa do PMDB. Poderia não querer, mas certamente estaria sendo fortemente assediado.
Um segundo problema é que, mais de ano depois de ter deixado o poder na Prefeitura de João Pessoa, o potencial do ex-prefeito Luciano Agra parece ser outro. Após a natural decantação dos fluidos do poder, tirado os nove fora, assentada a realidade, percebe-se que sua força eleitoral é uma incógnita, talvez nem tanto, já que nunca testada nas urnas.
E talvez existam ainda fortes fatores de ordem mais pessoal, como problemas de saúde, que refreiam os projetos políticos de Agra.
Pode parecer meio drástico, mas, pelo desenrolar dos novelos das articulações políticas para a formação das chapas majoritária e proporcional, pode restar para Luciano Agra apenas a vaga de candidato a suplente de senador. Se aceitar.
Se essa realidade se confirmar, com todo respeito, poderá se configurar um fim político um tanto melancólico para o ex-prefeito Luciano Agra. Fim que talvez não merecesse.

por Josival Pereira