Notícia ruim para Ricardo

Por Sérgio Botêlho

O governador Ricardo Coutinho (PSB) registrou esta semana notícia ruim para a sua campanha. Nem tanto para o imediato, uma vez que não havia perspectiva para tal, porém, a prazo mais estendido, lá para os vindos do segundo turno, que parecia ser o objetivo de Coutinho. No início da semana, e sem meias palavras, Ricardo convidou o partido, que tem o ex-prefeito Veneziano Vital do Rego como pré-candidato, para compor com o PSB, quem sabe, ocupando a vaga de Senador, atualmente prometida ao vice-governador Rômulo Gouveia (PSD).

Pois bem. Ricardo acabou colhendo uma resposta indesejada, resposta disparada pelo presidente estadual do PMDB, e de enorme influência pessoal e institucional sobre o partido: a do ex-governador e ex-senador José Maranhão. Maranhão disse, também sem meias palavras, que não havia interesse do PMDB em processar acordos com Ricardo Coutinho, segundo o dirigente peemedebista, pelo fato de que as experiências passadas não recomendavam a reedição de tais acertos.

O alcance das declarações maranhistas tem valor de sentença, e equivale a dizer que, a depender dele, José Maranhão, o PMDB não voltará a formalizar alianças políticas com o governador socialista, por não interessar mais ao partido.

 

Segundo as avaliações correntes, o governador Ricardo Coutinho deve estar presente na disputa do segundo turno (tida como certa). Quem lhe fará companhia, se Cássio ou Veneziano, esta é a dúvida que persiste.

 

Porém, em sendo a disputa feita entre Ricardo Coutinho e Cássio, a tendência, pela sentença determinada por José Maranhão, é a de o PMDB estar com Cássio. Ou, na exclusiva segunda hipótese, ficar neutro.

 

Já no caso de Ricardo Coutinho fazer a disputa do segundo turno contra Veneziano, observado o confronto atualmente estabelecido entre Cássio e o governador, seria mais fácil Cássio ficar com Veneziano. Ou, também, permanecer neutro no segundo turno.

 

A hipótese de união entre Cássio e Veneziano no segundo turno do pleito paraibano não é exatamente o cenário desejado por Ricardo. Restando ao governador torcer para que a exacerbação da disputa no primeiro turno acabe criando feridas entre PMDB e PSDB, no primeiro turno, sem chances de serem curadas, no segundo, desenhando neutralidades no segundo. O que não é lá muito difícil de acontecer.