TEM ALGUMA COISA NO AR

Gilvan Freire

Se tudo virar pelo avesso na política estadual, ainda assim parecerá normal, porque todas as faces ficaram parecidas. Tanto faz um lado como o outro, cara ou coroa são a mesma coisa. Quando já não forem hoje igualzinhas, amanhã poderão ser. Diferenças, rivalidades, inimizades, nada trará mais divisões, contanto que a busca pelo poder possa atrair até antigos desafetos para o mesmo palanque no palco das disputas no Estado. Por isso há tanta especulação no momento sobre acomodações partidárias e construção de alianças entre líderes.

Do lado dos eleitores, que assistem tudo de camarote, também não há reclamação quanto a conduta dos políticos que, em razão do silêncio do povo, presumem que poderão ir além, sem o menor risco. Talvez seja a generalização da máxima: ‘Quem for puro e santo que atire a primeira pedra’. Isso é a falência de um modelo de virtudes cívicas pelo qual se exigia dos políticos que tivessem pudor e dignidade e não transigissem em questões de honra, posições assumidas e compromissos ou acordos partidários

Com a morte das ideologias e o fim da ética, devorados pelo modo petista de governar, o rasteiro virou granfino e se misturaram o mau e o bom costume, gerando um costume hibrido, fétido como os lamaçais, que podem ser a combinação de fezes humanas, lixo e dejetos animais. O espúrio transformou-se, agora, em decente e correto, e terminou a censura aos maus procedimentos, porque parecia injusta e indevida aos novos tempos. Os indivíduos serão nivelados não mais pelos atos de honorabilidades praticados, mas pelas novas práticas que dispensam velhas virtudes. DAÍ PORQUE SE FALA EM ENTENDIMENTO ENTRE O CASSISMO E O MARANHISMO, O PMDB E O PSDB, adversários figadais até a últim