Formalização de aliança, no sábado, não vai apagar o fogo da crise entre PT e PMDB

POR JOSIVAL PEREIRA

Formalização de aliança, no sábado, não vai apagar o fogo da crise entre PT e PMDB

O Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba vai formalizar a aliança com o PT no próximo sábado, dia 10. Ainda assim, a crise de relacionamento não estará resolvida. A chapa não deverá estar composta. E, mesmo se estiver, também não deverá estar solucionada a questão da participação do prefeito Luciano Cartaxo e de aliados importantes, como o deputado Anísio Maia, na campanha do ex-prefeito Veneziano Vital do Rego. A crise não é pequena.
Quais os problemas, então?
Existe um problema de fundo. O grupo liderado pelo prefeito Luciano Cartaxo e companhia alimentavam outro projeto político. Defendiam aliança com o senador Cássio Cunha Lima, apresentando Lucélio Cartaxo como candidato ao Senado. A pretensão foi barrada por petistas da Paraíba e pela direção nacional. Daí o mal-estar nas negociações até o momento.

O PMDB aceita e até pede a indicação do nome de Lucélio, mas o grupo liderado pelo prefeito avalia que, no caso da aliança com o PMDB, as chances de êxito nas urnas são remotas e prefere disputar vaga na Câmara Federal.
Os outros problemas decorrem deste fato.
A direção nacional impõe a aliança com o PMDB. Não poderia ser diferente. O senador Vital do Rego Filho tem prestado relevantes serviços ao Palácio do Planalto.
Mas o PT não dispõe de outros nomes com densidade ou potencialidade eleitoral, o que faz com que o PMDB tente montar a chapa majoritária sem a presença de petistas.
Com os nomes sugeridos pela direção estadual do PT – Nadja Palitó, Lenildo Morais e Giucélia Figueiredo -, muda-se o foco petista do Senado para a vaga de vice-governador, mas o PMDB faz restrições.
As últimas tentativas seriam no sentido de fazer o PMDB aceitar a indicação do nome de Nadja Palitó como candidata a vice. Seria uma tentativa de atrair o prefeito Luciano Cartaxo para a campanha, já que ela foi indicada pelo seu grupo. Mas o PMDB acha que o nome de Nadja não representa a militância petista e nem seria uma novidade.
O que se tem é que a aliança do PT com o PMDB será formalizada, mas os problemas de relacionamento, de composição da chapa e unidade para a campanha estarão longe de serem resolvidos. O fogo da crise vai continuar crepitando no interior da aliança.

por Josival Pereira