Cássio, Ricardo e Veneziano: barulho marcará época no estado

Sérgio Botêlho

A campanha na Paraíba vai se desenrolar neste ano de 2014 com três candidatos ao governo absolutamente desalinhados entre eles. Cássio (PSDB), Ricardo (PSB) e Veneziano (PMDB) não mantêm qualquer ponto de intersecção política na conjuntura eleitoral presente.

No caso de Ricardo e Cássio, apesar de terem mantido frutífera (para ambos) aliança desde a extraordinária vitória em 2010, e por mais três anos do governo socialista, romperam debaixo de uma nuvem de mágoas que somente está crescendo.

O crescimento pode ser claramente observado nas sucessivas declarações de uma de outra parte da zanga. Ricardo, de um lado, Cássio, do outro, têm se esmerado em depoimentos de evidente confronto.

Entre Cássio e Veneziano, embora tenha havido sempre uma convivência respeitosa entre as duas famílias (Cunha Lima e Vital do Rego), desde os tempos do ex-governador e ex-senador Ronaldo Cunha Lima, a tendência é o enfrentamento aberto na campanha.

 

O motivo tanto para as relações pacíficas quanto para a luta aberta tem a mesma origem: ambas as famílias buscam a paz, em tempos de paz, e a guerra, em tempos de guerra, exatamente porque disputam a mesma geografia eleitoral, que é a cidade de Campina Grande.

 

Isto acontece por conta do campinismo, um estado de espírito que domina os eleitores campinenses e que os leva a priorizar os nascidos na cidade nos pleitos estaduais. Um campinismo que avalia os comportamentos dos conterrâneos, com lentes de aumento.

 

Enfim, entre Veneziano e Ricardo, o afastamento vem desde o pleito municipal campinense, em 2008, quando Ricardo, após ter vencido a reeleição a Prefeito de João Pessoa, em primeiro turno, negou-se a apoiar a luta de Veneziano e do PMDB, em Campina Grande, no segundo turno campinense.

 

Naquele quadro conjuntural de 2008 havia uma aliança entre o PSB de Ricardo e o PMDB de José Maranhão e Veneziano, mas, mesmo assim, Ricardo negou-se a dar apoio ao correligionário da aliança, contra o atual vice-governador Rômulo Gouveia, então, no PSDB.

 

O descompasso entre os três candidatos deve inspirar os discursos durante a campanha, com a elevação dos decibéis a alturas imprevisíveis. O barulho nas ruas, e no palanque eletrônico do rádio e da TV, devem marcar época.

 

Finalmente, em um provável segundo turno, diante de um quadro assim tão acirrado, difícil vislumbrar acordos possíveis, embora o campinismo possa acabar determinando os comportamentos de Cássio e Veneziano.