CRESCER OU DEFINHAR, EIS A QUESTÃO

Gilvan Freire

                        Com relação à Cássio, todo mundo sabe que ele está começando a campanha – ainda não oficialmente – com índices muito altos de aceitação popular e baixos índices de rejeição, contrastando com o que ocorre a Ricardo Coutinho que está mal nos dois. Parte desse sucesso de Cássio – também isso todo mundo sabe – é devido ao insucesso político de RC que, além do muito que faz para não dá certo, pouca coisa realiza que gere satisfação pública. A rigor, esse já é um comparativo antecipado entre as gestões dos dois competidores do pleito, devendo haver mais a frente medições mais precisas do que cada um fez no governo a seu tempo, e do que deixou de fazer quando podia realizar.

NO COMPARATIVO DOS DOIS GOVERNOS PROVAVELMENTE CÁSSIO LEVARÁ VANTAGEM, porque governou mais tempo, embora com muito menos condições financeiras. Mas, em programas sociais e obras grandes, dará um banho em RC, que terá de contentar- se em ter apenas dado andamento às realizações vultuosas de Cássio e Zé Maranhão, discussão que vai ser bastante debatida no guia eleitoral e despertará as atenções de toda a população.

Isso poderá ensejar um confronto direto entre RC e Cássio, vez que Veneziano ainda não passou pelo governo estadual, e pode estabelecer uma bipolaridade concentrada, a única forma de RC ir para o segundo turno e o único meio possível de atropelarem Veneziano.

 

CONTUDO, OS INDICATIVOS DE RICARDO QUE CRESCERÁ DURANTE A CAMPANHA SÃO IMPERCEPTÍVEIS, pois está havendo uma fuga em massa de seus aliados circunstanciais, antes mesmo que ele chegue à convenção de junho, e os aliados naturais gostam mais do governo do que dele. Ou seja, RC é um líder sem liderados, com o agravante de que ele próprio acha que não precisa de ninguém para ganhar dos outros – a chamada mania de grandeza mórbida, ou síndrome do eu enganado, ou distúrbio da ilusão congênita compulsiva.

 

ESSA SITUAÇÃO, EM PRINCIPIO, PREJUDICA MUITO VENEZIANO, que precisa sair da letargia para se colocar no processo, e ainda paga o preço de depender do PT para formar uma chapa que, com um de seus membros, não pode ser competitiva num cenário de grandes nomes. É uma pena que o PMDB, reeditando erros passados, não possa compor sua chapa com figuras do tamanho de Roberto Paulino, Manoel Júnior, Nabor Wanderlei, André Gadelha ou Leonardo Gadelha, este fora de seus quadros internos. Diante dessa dramática situação, que ocorre também com Cássio, Cícero pode bater o pé e requerer a vaga senatorial, e Zé Maranhão a vaga de Senador de Veneziano, a fim de que nem Cássio perca o que já tem nem Veneziano o que pode ter. Porque os desastres começam cedo quando a gente acorda tarde. Ou quando não se tem a coragem que o momento exige.