Raízes do atraso: RC comprou um briga pesada com os praticantes da velha política

Por: Aldo Ribeiro

Republicanizar. Governar em função do interesse comum à todos. Fazer com que a vontade do povo seja soberana nas decisões e ações de um governo. Esse é o grande pecado do governador Ricardo Coutinho. Ouço e leio alguns entendidos dizendo que o governador não soube manter uma boa relação com a Assembleia Legislativa, que essa é a regra do jogo para que o mesmo possa governar, ter suas benditas contas aprovadas e se reeleger com folga. Mas calma lá, deixa eu tentar entender, pois sou apenas um reles cidadão assalariado, curioso e que ainda não sabe como funciona essa tal de política. Agir errado é o certo e fazer o certo é o errado? Que inversão de valores é essa?
Quer dizer que quando o governador não se sujeita ao coorporativismo seboso dos deputados e foca sua gestão na republicanização das ações, priorizando os interesses da população, ele é o errado da história??
Quer dizer que quando o governador não loteia secretarias, não repete os vícios de governos anteriores, não incha a folha de pessoal com os famosos ASPONES (Assessor de Porra Nenhuma), e tenta inverter a lógica da nossa economia, desde sempre e basicamente dependente do funcionalismo público, o errado é ele??
Quer dizer que o pecado do governador foi se aproximar das prefeituras firmando parcerias e levando obras sem o intermédio dos deputados? Diga-se de passagem, esses são tidos como donos de “currais eleitorais” espalhados pelo estado. Pra refrescar a memória, “currais eleitorais” é uma expressão antiga utilizada ainda na época do voto aberto, quando os coronéis mandavam seus capangas aos locais de votação afim de intimidar os eleitores e ganhar votos.
Diante de todos esses “desacertos e desatinos” cometidos por Ricardo Coutinho, o governo tem sido sistematicamente massacrado nas votações daquela casa. A bancada da situação de repente encolheu. Que se dane se as votações são de interesse do povo ou não, o que importa nesse momento é inviabilizar e desestabilizar o governo. O governador que aí está, não serve pra sobrepujar os interesses pessoais da bancada praticante da velha política, e por isso se faz necessário correr atrás dos que num passado recente já estiveram no Palácio da Redenção, que sempre compactuaram e foram coniventes com as demandas nebulosas dos deputados. É de poder e benesses que eles se alimentam.
O “atrevimento” do governador Ricardo Coutinho em desafiar a velha política, serviu de uma certa forma pra abrir os olhos da população. Saber que alguns ou boa parte deles estão pouco se lixando pro desenvolvimento do Estado. Que estradas estão sendo construídas pra interligar cidades e tirá-las do isolamento, que Escolas Técnicas vão proporcionar a oportunidade de se ter uma vida digna sem a necessidade de se humilhar atrás de políticos sacanas, que teatros, ginásios e estádios estão sendo reformados pra trazer mais lazer e aumentar a auto-estima da população, que investimentos estão sendo feitos para possibilitar a instalação de grandes empresas e empreendimentos, enfim, quem acompanha sabe do que está sendo falado.
Nesse período será preciso muita reflexão por parte de cada cidadão. Ter consciência de que o voto é dele, é uma decisão exclusivamente dele. Nós, o povo, precisamos de oportunidades. Não precisamos de caridade e nem tapinha nas costas.
O golpe que se articula nos esgotos da Assembleia não significará somente derrubar um governo, significará também desmoronar a esperança de dias verdadeiramente melhores na Paraíba.
Fazer certo é o certo e sempre será a melhor opção. Agindo assim, o governador demonstra o desapego ao cargo e sinaliza pra população o foco e a determinação em transformar nosso Estado. Pense nisso!