Na Assembléia o dep. Anísio Maia repudia os 50 anos do golpe militar

Anisio-Maia
Na sessão da ALPB desta terça-feira (01/04), data em que se completam 50
anos do Golpe de Estado que instalou a Ditadura Militar no Brasil, o
deputado estadual Anísio Maia (PT) prestou homenagens aos perseguidos
políticos do regime vestindo uma camisa com as fotos de cinco militantes do
PCR assassinados nos anos 1970.

Exibindo imagens no telão do plenário, ele declarou: “Nós sabemos bem a
forma como o regime militar tratava seus opositores, suprimindo todas as
liberdades no país, mas esta foto aqui é a que melhor demonstra o regime
instalado em 1964: um preso político submetido ao pau-de-arara, instrumento
de tortura utilizado para arrancar informações de milhares de pessoas”.
Anísio denunciou as cassações de mandatos parlamentares, o amordaçamento da
imprensa, os milhares de brasileiros assassinados (militantes de esquerda,
democratas, camponeses, indígenas), a intervenção nos sindicatos e
entidades estudantis e a corrupção, que, naquela época, existia fartamente,
mas era camuflada porque ninguém podia falar.

“O chamado milagre econômico, que é a única coisa a que ainda se apegam os
defensores da Ditadura, foi, na verdade, a maior concentração de renda na
história do Brasil: um terrível arrocho salarial, em que o salário mínimo
não chegava a 70 dólares, lembrando que hoje atinge mais de 350 dólares”
apontou o deputado. “Quem realmente tinha liberdade eram as multinacionais,
beneficiadas por diversas leis e que podiam enviar, sem limites, enormes
remessas de lucro ao exterior. E tudo isso à custa de um endividamento
gigantesco, que fez aumentar em 1.000% a dívida externa”, denunciou.

Por fim, Anísio ressaltou que, nesta última segunda-feira (31/03), ocorreu
uma passeata, com cerca de 300 pessoas, pelas ruas do Conjunto Castelo
Branco, para repudiar os 50 anos do golpe e reivindicar a mudança dos nomes
da Escola Estadual Presidente Médici para João Pedro Teixeira e da Av.
Presidente Castelo Branco para Av. Presidente João Goulart, inclusive
rebatizando-a simbolicamente com placas e faixas. Este ato e outras
atividades foram organizados pelo Comitê Paraibano Memória, Verdade e
Justiça nos últimos dias em João Pessoa.