Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O Espaço Cultural José Lins do Rego - Por Sérgio Botelho

Em 1982, foi inaugurado em João Pessoa o Espaço Cultural José Lins do Rego. Homenageando o célebre escritor paraibano, a iniciativa passou a ocupar enorme terreno que antes pertencia ao Botafogo Futebol Clube, da Paraíba, no cada vez mais importante bairro de Tambauzinho (que já havia se chamado Imbiribeira).

Foto: reprodução
Foto: reprodução

Em 1982, foi inaugurado em João Pessoa o Espaço Cultural José Lins do Rego. Homenageando o célebre escritor paraibano, a iniciativa passou a ocupar enorme terreno que antes pertencia ao Botafogo Futebol Clube, da Paraíba, no cada vez mais importante bairro de Tambauzinho (que já havia se chamado Imbiribeira).

A obra, elaborada e executada no governo de Tarcísio Burity (1979-1982), era monumental não só no aspecto físico quanto no propósito de centralizar atividades culturais em geral.

Cinema, música, teatro, literatura, dança e eventos de todo tamanho e foco, tudo haveria de caber naquele imenso espaço coberto com estrutura metálica erguida de forma pioneira em construções na Paraíba.

O Teatro Paulo Pontes, o Cine Banguê, a Biblioteca Juarez da Gama Batista, o Teatro de Arena, o Planetário, o Auditório Grazzi de Sá e o Arquivo Histórico da Paraíba Waldemar Bispo Duarte são as mais famosas de suas salas, algumas delas implementadas ao longo do tempo.

Sobre a sua monumentalidade arquitetônica, projeto do arquiteto Sérgio Bernardes (1919-2002), convém tomar conhecimento do que disse um dia o Laboratório de Pesquisa, Projeto e Memória do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo/Departamento de Arquitetura da Universidade Federal da Paraíba que, em análise rigorosa, apresenta algumas falhas conceituais, sem, no entanto, reconhecer a sua utilidade:

“Certamente não é o projeto mais bem sucedido do arquiteto Sérgio Bernardes mas temos que reconhecer seus méritos. Podem se identificar facilmente em seu complexo programa vários preceitos da arquitetura moderna comuns também à produção anterior do arquiteto: planta livre, comunicação interior-exterior, aberturas horizontalizadas, simplicidade volumétrica, racionalidade etc. A estrutura, elemento forte e quase sempre em destaque em seus projetos, é mais uma vez ressaltada no projeto do Espaço Cultural. A sua monumentalidade, apesar de evidente em suas dimensões, é mascarada pela pequena visibilidade derivada do local escolhido para sua inserção. A maioria dos problemas enfrentados diz respeito, primeiramente, a questão da concepção desvinculada do local de implantação, o que implica em uma série de equívocos com relação ao posicionamento adequado dos ambientes em relação à iluminação, ventilação e insolação; à falta de manutenção e à alta demanda de recursos para o funcionamento dos ambientes totalmente enterrados. Mesmo diante dessas dificuldades, seus espaços possuem qualidades inegáveis, sendo frequentemente utilizados pela população local para fins diversos”.

Ao longo do tempo, e lá se vão mais de 40 anos, já experimentou serviços de manutenção e reformas, e, assim, continua firme em seu propósito inicial, o de celebrar a cultura paraibana, cada vez mais voltado para sua interiorização.

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba