Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O Campo de Aviação da Imbiribeira, na Epitácio Pessoa - Por Sérgio Botelho

No dia 17 de agosto de 1940, o jornal A União estampava, em manchete impressa em caixa alta, as seguintes informações

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O Campo de Aviação da Imbiribeira, na Epitácio Pessoa - Por Sérgio Botelho

No dia 17 de agosto de 1940, o jornal A União estampava, em manchete impressa em caixa alta, as seguintes informações: “O INTERVENTOR RUI CARNEIRO RECEBIDO SOB AS ACLAMAÇÕES DA PARAÍBA. DURANTE TODO O TRAJECTO DO CAMPO DA IMBIRIBEIRA AO PALÁCIO DA REDENÇÃO, COMPACTA MASSA DE POVO ESTACIONAVA AO LONGO DAS RUAS OVACIONANDO CALOROSAMENTE S. EXCIA”.

Rui estava chegando para tomar posse no governo do estado, por nomeação do presidente Getúlio Vargas, cargo no qual ficaria até 1945. O Campo da Imbiribeira, ao qual a notícia faz referência, era nosso aeroporto, cuja construção foi iniciada no governo de João Pessoa (1928-1930), e concluída no de Antenor Navarro (1930-1932), no bairro que hoje se chama Tambauzinho, justamente denominado, na época, como Imbiribeira.

O campo ficou pronto no início de 1931, após inspeção do Ministério da Guerra, sendo considerado pelo representante ministerial como um dos melhores do país. O detalhe mais elogiado pelo major de aviação, Ajalmar Mascarenhas, que chegaria ao posto de Marechal do Ar, foi o da decisão tomada pelo governo paraibano em manter o campo sob gestão pública, e não da iniciativa privada. “O campo da Paraíba é oficial e isto o coloca, singularmente, em situação de superioridade sobre os demais”.

O elogio não impediu que a Panair evitasse pousar suas aeronaves em João Pessoa. O local onde funcionou o nosso campo de aviação (que chegou a abrigar centenas de retirantes da seca de 1932) existia em terreno vizinho à Epitácio Pessoa, de frente para o da Escola Agropecuária da Imbiribeira, que na década de 1950 passou a servir ao I Grupamento de Engenharia.

Só para lembrar crônica de outro dia, também o rio Sanhauá, tanto no Porto do Capim quanto na Praia do Jacaré, servia a pouso de hidroaviões, muito comuns entre os anos de 1920 e 1940, mais destacadamente.

Apenas na década de 1950 é que o Aeroporto Castro Pinto foi construído, em Bayeux, mudando definitivamente o local destinado a pousos de aeronaves, na região metropolitana de João Pessoa.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba