Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Igreja do Rosário de Aroeiras - Por Sérgio Botelho

Tive a oportunidade de conhecer um pouco de Aroeiras. Levado pelo inveterado aroeirense, Hildeberto Barbosa Filho.

Foto: reprodução
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Neste domingo, 21, tive a oportunidade de conhecer um pouco de Aroeiras. Levado pelo inveterado aroeirense, Hildeberto Barbosa Filho, acadêmico, poeta, escritor e crítico literário, eu e outros seus amigos fomos com ele conhecer aquela bela cidade do Cariri Paraibano. Há muitas construções preservadas em Aroeiras que chamam a atenção e tem muita gente que reside em algumas delas erguidas por seus ancestrais.

Um dos exemplos é Dudé das Aroeiras (José Severino da Costa Barbosa), irmão de Hildeberto, professor, musicista, compositor e autor do hino da cidade, cuja residência vem dos tempos do bisavô. (Sobre essa visita a Aroeiras, ainda vou falar mais, porque foi supimpa!). Na oportunidade, tivemos oportunidade de conhecer a admirável Igreja de Nossa Senhora do Rosário (a foto à esquerda), padroeira da cidade, em cujo frontispício se lê 1916.

Fiquei sabendo, contudo, que a data corresponde aos retoques finais do referido templo cristão, que na verdade teria sido erguido em 1891. Remontando ao século VIII, Nossa Senhora do Rosário é uma das designações atribuídas à Virgem Maria na tradição católica, particularmente enfocada no seu papel como intercessora dos que rezam o rosário.

O rosário é uma prática devocional no catolicismo, usada para meditar sobre os mistérios da vida de Jesus Cristo e da Virgem Maria. A palavra “rosário” vem do latim “rosarium”, que significa “jardim de rosas”. Celebra-se Nossa Senhora do Rosário no mês de outubro, seguindo determinação ainda do papa Pio V, no Século XVI, para comemorar a vitória cristã na Batalha de Lepanto, contra os otomanos. Portanto, em outubro, é grande e prestigiada a referida festa em Aroeiras.

No Brasil, Nossa Senhora do Rosário tem particular importância nas comunidades afro-brasileiras, onde é frequentemente sincretizada com orixás da religião Candomblé. Essa interseção de crenças reflete a adaptabilidade e a resiliência cultural das práticas religiosas ao longo do tempo, através do qual multiplicaram-se as igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário construídas e administradas por irmandades de pretos e pardos.

Em Aroeiras, já existe uma outra igreja do Rosário, a paroquia da cidade, igualmente bela, construída em 1984 (a foto à direita), com mais espaço para abrigar um maior número de fiéis, acompanhando o crescimento da cidade. Mas, como antiguidade é posto, decidimos focar essa nossa crônica memorial de hoje na mais velha, que é um espetáculo para os olhos, e de muita representatividade histórica.