Opinião

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Dom Ulrico Sontag - Por Sérgio Botelho

Há duas obras expressivas na história de João Pessoa a envolverem o nome de um frei beneditino que vivia no Mosteiro de São Bento, na atual rua General Osório (ex-Rua Nova).

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS: Dom Ulrico Sontag - Por Sérgio Botelho

Há duas obras expressivas na história de João Pessoa a envolverem o nome de um frei beneditino que vivia no Mosteiro de São Bento, na atual rua General Osório (ex-Rua Nova).

Tido como pessoa extremamente caridosa e benquista, na capital paraibana, onde providenciou muita ajuda aos pobres da cidade, Dom Ulrico Sontag, que exercia a função de prior (superior) do mosteiro, teve o seu nome perpetuado, até os dias atuais, na praça que fica entre a Basílica de Nossa Senhora das Neves e o antigo Colégio Nossa Senhora das Neves (hoje Parque Tecnológico Horizontes de Inovação, vinculado ao governo estadual), no Centro Histórico da capital paraibana.

Mas também deu nome a um meritório e acolhedor orfanato da rua João Machado (atualmente, Complexo Educacional Sesc/Senac), que manteve a homenagem ao religioso católico. Sua morte, em 18 de maio de 1912, provocou grande comoção na cidade de Parahyba, e seu sepultamento teve enorme participação popular, segundo descrições da época.

Alemão de nascimento, o que ocorreu em 1845, chegou ao Brasil em 1900. Antes de desembarcar na Paraíba para viver os seus últimos anos de vida, Dom Ulrico passou ainda pela Bahia, pelo Rio de Janeiro e por Olinda.

O Orfanato Dom Ulrico foi oficialmente inaugurado em 2 de abril de 1922, 10 anos após a morte do monge, coroando intensa campanha realizada pelo desembargador Heráclito Cavalcanti, também político, que passou a dirigi-lo até 1930, quando perdeu a função e o cargo por se colocar como adversário da Aliança Liberal.

Morreu em Recife no ano de 1935, numa espécie de exílio. A praça Dom Ulrico, antes chamada de Praça da Matriz, também foi batizada com o nome do beneditino alemão na década de 1920.

O logradouro inclui uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes, trazida da França e doada à capital paraibana pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, e uma pedra que, para muitos, seria o marco zero da cidade, mas que foi colocada no local também na década de 1920, pelo mesmo IHGRN, assinalando a relação da praça (43 metros) com o nível do mar.

Foi marcante a passagem de Dom Ulrico Sontag pela vida pessoense no início do Século XX, daí este registro.

(As fotos são da Praça Dom Ulrico e do antigo Orfanato Dom Ulrico, hoje Complexo Educacional Sesc/Senac Dom Ulrico)

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba